sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Filmografia: Audrey Hepburn


Resolvi abrir uma nova tag no blog! Hoje vou falar de uma atriz e sua carreira, já que simplesmente não consegui escolher um único filme pra comentar. Então, vi a necessidade de criar a tag Filmografia. Afinal, tenho certeza que esse caso não será isolado!

Quando me perguntam quais atrizes contemporâneas são as minhas favoritas, minhas respostas sempre são Claire Danes e Piper Perabo. Já falei de alguns trabalhos delas por aqui, inclusive. Difícil alguém não saber disso.


O que pouca gente sabe é que eu sou apaixonada por filmes clássicos e tenho uma atriz favorita posicionada acima de qualquer outra que esteja nas telas atualmente. Seu nome é Audrey Hepburn.

Pra mim, Audrey Hepburn é a personificação da classe, da elegância e da fineza que uma mulher deve ter, além de ter sido extremamente competente na profissão que escolheu e ter tido profundo engajamento social. Ao contrário da vulgar e vazia (e atriz medíocre, garota problema e diversos outros adjetivos do gênero) Marilyn Monroe, seu maior contraponto na época, Audrey procurou sempre se mostrar focada em objetivos reais e não precisou se tornar um símbolo sexualmente abusivo para ter destaque em Hollywood. Seu talento transcendia a extrema beleza. E, muito mais que isso: Audrey sempre foi considerada uma mulher de carisma, gentileza e bondade sem limites.

Infelizmente, ainda não tive a oportunidade de assistir a todos os seus filmes. Pouco a pouco estou montando minha coleção comprando os dvds de seus filmes (ou ganhando dos meus amigos, né, Bruno? Né, Laila? HAHA <3), mas resolvi, mesmo assim, falar um pouco aqui no blog sobre seus trabalhos mais conhecidos e elogiados. Vamos lá!

1. A Princesa e o Plebeu - Roman Holiday (1953)
 Audrey já havia trabalhado um bocado nas telas antes de obter reconhecimento por este filme. Com o galã Gregory Peck no elenco, a história retrata a Princesa Ann, docemente interpretada por Audrey, que se cansa de suas funções reais e decide se divertir anonimamente em Roma. Ela acaba se envolvendo sem querer com um fotógrafo (Peck), que inicialmente tenta se aproveitar dela para obter algum furo de reportagem, mas, posteriormente, se apaixona perdidamente pela princesa. O filme é uma comédia romântica bem leve e simpática! Já compõe minha coleção e é um dos filmes de Audrey que mais gosto. Audrey Hepburn ganhou o Globo de Ouro e o Oscar por sua delicada Princesa Ann - nada mais do que merecido.

2. Sabrina (1954)
Um dos filmes de Audrey que eu ainda infelizmente não pude assistir ou adquirir, e morro de pesar por isso! Contracenando com meu queridíssimo e charmoso Humphrey Bogart (mal posso acreditar que ainda não vi isso!), Audrey interpreta Sabrina, uma mulher disputada por dois irmãos. Ela é filha do motorista da família Larrabee e retorna para viver com o pai após passar um tempo em Paris. Sabrina sempre foi apaixonada por um dos irmãos, mas, se eles se casarem, uma importante fusão de negócios ficaria prejudicada. O outro irmão resolve intervir e também acaba se apaixonando por ela. Audrey foi indicada mais uma vez ao Oscar por este papel, mas infelizmente não venceu. Em 1995, houve uma refilmagem com Harrison Ford e Julia Ormond, que você pode conferir quase todos os dias na Sessão da Tarde.

3. Guerra e Paz - War and Peace (1956)
Este foi o primeiro filme que assisti com Audrey Hepburn. Que infeliz escolha a minha, pois o filme é chato (sinceridade!). Apesar das lindíssimas locações e elaborados figurinos, este drama épico é muito cansativo, tal como a obra literária na qual foi insipirada. Audrey é Natasha Rostov e participa da época da Batalha de Austerlitz, liderada por Napoleão contra os impérios europeus. É necessário um pouquinho de paciência e determinação para chegar até o fim desse filme. Confesso que assisti meio mal, levantando e saindo da sala. Ainda não o tenho em minha coleção, mas assim que o tiver, vou assistir com mais afinco.

4. Cinderela em Paris - Funny Face (1957)
Mais um para a lista de não assistidos. Aqui, Jo Stockton, interpretada por Audrey Hepburn, dança e canta pelas ruas de Paris com Dick Avery - ninguém menos que o astro Fred Astaire. Ele é um fotógrafo de uma revista de moda que descobre nela, uma balconista de loja tímida e reservada, uma promissora grande modelo. E é claro que rola um clima! O filme é dirigido pelo co-diretor de Cantando na Chuva, então já dá pra ter uma noção do que é mostrado nas telas: muita dança, música e carisma.

5. Uma Cruz à Beira do Abismo - The Nun's Story (1959)
Minha mais recente aquisição para a coleção, foi presente de aniversário do meu amigo Bruno, do blog Filmes Vistos & Revistos. A história inicia-se em 1930, quando Gabrielle, uma jovem filha de um cirurgião bastante conhecido, entra para o convento. Ela quer trabalhar como enfermeira no Congo Belga, mas tem muita dificuldade em aceitar a rígida rotina da vida religiosa e adia este desejo, passando três anos na enfermagem de um hospital psiquiátrico para treinamento. Audrey foi indicada ao Oscar também por este papel, um dos mais sérios e profundos que já interpretou.

6. Bonequinha de Luxo - Breakfast at Tiffany's (1961)
Esse é o sinônimo ideal para clássico, decididamente. Por menos que você aprecie filmes antigos, garanto que já ouviu menção a este. O roteiro desta história é baseado no livro de mesmo nome escrito pelo incrível (e recomendadíssimo - falarei dele por aqui em breve) autor Truman Capote. Essa é a personagem mais ousada que Audrey interpretou: festeira, fumante e desordeira, mas ainda assim um poço de dignidade recolhida. Ela é Holly Golightly, uma jovem que passou a infância na fazenda, casou-se aos 14 anos e, sem aguentar a pressão da vida que levava, fugiu para Hollywood com o intuito de se tornar uma famosa atriz. Porém, seus planos se desviam quando ela muda para N.Y e, na tentativa de se casar com um milionário, acaba passando a ser bancada por um mafioso que está preso, e tem que se tornar uma garota de programa. Sendo assim, ela se envolve com seu vizinho, um jovem escritor também bancado por uma amante rica. Inicialmente, o papel de Holly seria dado a Marilyn Monroe, amiga pessoal de Truman Capote. Mas, é claro, para um papel que deveria ser denso e leve ao mesmo tempo, era preciso uma atriz de verdade, não um corpo bonito. Então, Audrey foi escalada e (novidade, cadê você?) indicada ao Oscar por mais este papel. Destaque para a cena em que Holly canta a música Moon River, especialmente escrita para a voz de Audrey.

7. Charada - Charade (1963)
De todos os filmes de Audrey ainda a assistir, sem dúvidas este é o que tenho mais curiosidade. Pretendo adquiri-lo amanhã sem falta! (Dica: a quem possa interessar, o dvd está disponível nas Lojas Americanas, por R$ 12,99. Imperdível!) Charada aborda a vida de Regina Lambert (Audrey), uma rica mulher prestes a se divorciar quando descobre que seu marido foi fria e misteriosamente assassinado durante uma viagem de trem, logo após ter sacado todo o dinheiro do casal. Regina então é ajudada pelo personagem do galã Cary Grant, Peter Joshua, cuja figura permanece com o caráter dúbio até o final. Torçam para que eu consiga esse dvd rápido ou a curiosidade me consumirá!

8. Minha Bela Dama - My Fair Lady (1964)
Eliza Doolittle é, com certeza, a minha personagem favorita, dentre todas as que foram interpretadas por Audrey Hepburn, que, por sua vez, está engraçadíssima no papel. Não entendo porque ela não foi indicada ao Oscar - para mim, é sua melhor interpretação e a afirmação da atriz versátil que ela sempre foi. Eliza é uma vendedora de flores maltrapilha que se esgueira pelas ruas de Londres para ganhar alguns trocados. Fala alto e muito errado. Em uma de suas andanças, conhece o professor de fonética Henry Higgins (o ator Rex Harrisson), um indivíduo com uma capacidade inacreditável de descobrir sobre a personalidade das pessoas só pelo modo como elas pronunciam as palavras. Quando ele escuta o sotaque horroroso de Eliza, aposta com um amigo que será capaz de transformá-la, em seis meses, em uma dama da alta sociedade. Nem preciso comentar quanto trabalho Eliza dá para ele. É um verdadeiro exercício! História cativante e sem nenhum beijo na boca: era quando se podia fazer um bom filme romântico sem qualquer contato físico direto entre os personagens.

Audrey Hepburn esteve nas telas até 1989, quando se retirou e passou seus últimos anos em missões pela Unicef, fazendo palestras, visitando países pobres e promovendo eventos com causas beneficentes. Essa explêndia atriz faleceu de câncer, aos 63 anos de idade. Aqui, falei um pouco, bem pouco, sobre alguns de seus filmes mais famosos, mas a lista é bem grande e comporta títulos muito interessantes que ainda não tive acesso, infelizmente, mas que correrei atrás para conseguir ter minha coleção completa e digna da grande atriz que Audrey foi. Uma grande personalidade, um grande talento, um grande coração e uma grande perda para o cinema, hoje eternizada e reconhecida conforme merece.

"Nothing is IMPOSSIBLE, the word itself says: I'M POSSIBLE!" - Audrey Hepburn

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Série: Camelot


Injustiçada. Não consigo definir esta série com outra palavra quando penso em seu fim prematuro. Camelot é uma série britânica exibida e produzida pelo canal Starz e tem seu roteiro baseado na obra Le Morte d'Arthur, escrita por Sir Thomas Malory, abordando a história do Rei Artur e dos Cavaleiros da Távola  Redonda.

O enredo envolve uma versão diferenciada da clássica lenda Arturiana. Merlin não é um senhor barbudo, e sim um homem forte e vigoroso de, no máximo, 30 e poucos anos. Artur é apenas um rapazola de noções ainda verdes, Vivian é uma criada exótica de Morgan(a), Excalibur é uma bela jovem, Camelot é um castelo em ruínas... estes são alguns dentre tantos outros detalhes que eu nunca antes havia conhecido e que muito me agradaram ao serem mostrados nesta série.

Com o assassinato misterioso do Rei Uther, o caos começa a assolar a Grã-Bretanha. Merlin, magnificamente interpretado pelo competente Joseph Phiennes, tem visões de um futuro sombrio e decide trazer o bastardo de Uther à tona para assumir o trono. Artur é um jovem atrevido e com os hormônios a flor da pele, que foi criado por plebeus e até então desconhecia sua linhagem real. Tudo parece fácil de ser readministrado, se não fosse a ambiciosa meia-irmã de Artur, Morgan Le Fay, que está decidida a tomar o trono custe o que custar, utilizando forças mágicas para conseguir o comando desta batalha épica.

Jamie Campbell Bower, intérprete do Rei Artur, foi muito criticado por sua performance na série, acusado de passar a seu presonagem um ar excessivamente imaturo. Também foi chamado de feio - eu mesma o achava feio, hoje o considero charmosíssimo. Mas, acredito eu, que essas características foram mesmo ressaltadas propositalmente, e gosto delas. Eva Green também se destaca muito, é a perfeita Morgan(a). Um grande desperdício foi cometido ao tirarem de seu cunho a interpretação de uma personagem tão complexa.


Camelot foi cancelada depois de apenas dez episódios. O motivo alegado pelo canal Starz foi o alto custo de produção e a audiência baixa: 1,5 milhão de espectadores não foi suficiente para a produção da série. Para ela, Camelot não foi um fracasso, mas estava longe do desempenho desejado. Para completar a decepção dos fãs, a season finale apresenta um episódio com final em aberto.

Ainda assim, vale a pena dar uma chance a esta série. Se eu pudesse escolher, daria a chance de pelo menos mais cinco episódios para um final digno. Enfim... uma bela produção injustamente cancelada, assim se resume a exuberante Camelot.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Desabafo: Obrigada, Britney


Há pouco tempo recebemos uma consultoria em meu local de trabalho. Por mais que um profissional dessa área tenha o dever de orientar utilizando palavras mais duras, a pessoa que esteve comigo durante esse tempo passou de todos os limites: palpitou à vontade sobre a inutilidade da faculdade de Letras à distância que eu estou fazendo (na opinião dela, é claro), falou que eu deveria trabalhar em vez de estudar isso (como se eu não trabalhasse desde os 17 anos e já ser formada e ter ainda outras duas faculdades em curso fosse nada), insistiu que um publicitário pode ser jornalista e vice-versa (poder até pode, né, agora se isso dá certo, é outra história - o ponto é que meu novo diploma foi questionado com desdém), dentre tantas outras barbaridades. Fui chamada de insegura, fui acusada de ter "dado um balão" em um cliente por simplesmente ter esquecido de copiar a dita cuja no email que enviei com o trabalho pronto - sim, ela se sentiu impelida a fazer tal acusação antes de perguntar se havia acontecido algum problema -, enfim... já deu para vocês terem uma idéia do que passei.

Fiquei horrorizada. Como uma pessoa que nunca antes havia me visto na vida pode falar com tanta autoridade sobre coisas que não lhe diziam respeito? Esse com certeza seria o trabalho de um psicólogo, e isso ela não era. Foram três dias de completo desgaste. Minha vontade era de nem voltar no dia seguinte, e, podem ter certeza, se eu não precisasse de trabalhar por dinheiro eu teria feito exatamente isso. Me senti um lixo, como se nada que eu fizesse dentro da empresa tivesse valor. A desmotivação foi gigantesca. Sei que passar por essa consultoria era minha obrigação e que eu me coloquei à disposição para ser analisada, mas tudo fugiu dos limites do bom senso.

Ao chegar em casa, praticamente chorando de raiva e indignação, a única coisa que me vinha na cabeça era "Britney Spears". Colocava uma música ou outra, ou um álbum inteiro, pra tocar, e cantava a plenos pulmões, porque, já dizia meu avô, "quem canta seus males espanta". E, pra espantar aqueles males que estavam me atormentando, a única voz com poder suficiente era a de Britney.

Isso porque eu soube, naquele momento, que eu estava passando por uma situação de realidade tão distante, mas ao mesmo tempo tão similar com tudo o que a Britney já passou durante a carreira dela. "Ela não canta", "ela não dança", "ela não compõe". Tantos questionamentos, tantas dúvidas a respeito de um trabalho executado durante mais de 10 anos com esforço e dedicação, foram o suficiente para que ela deixasse de saber lidar com aquilo durante um tempo curto, mas que para nós fãs, que sempre acreditamos com o coração em tudo o que ela faz, foi uma eternidade acompanhada pelo medo de que ela nunca fosse se superar. Foi assim que me senti: julgada, avaliada sem pleno conhecimento, desvalorizada. Assim Britney se sentiu, e, por que não, se sente ainda, de vez em quando?

Britney canta. Britney dança. Britney compõe. Britney vive. Ela sabe o que está fazendo. Ela tem as rédeas da situação. Ela faz, hoje, o que ela quer, e como ela quer. Conheça-a melhor. Deixe o preconceito de lado. Não fale do que não conhece, não julgue, não repita o que você ouviu alguém dizer mesmo que você mal saiba do que se trata. São diversas lições que eu consigo pensar quando penso em Britney e quando eu penso em tudo o que ela teve que ouvir e passar para chegar onde chegou. Depois de ter passado uma situação desagradável como a que contei nesse post e de ter passado por cima dela sem a frieza de uma pessoa orgulhosa, consigo pensar na Britney de uma outra maneira.

Permita-se sentir raiva. Permita-se o sentimento de ultraje, de indignação. Sentir-se mal não é um crime. Deixar isso refletir em suas atitudes e no seu dia-a-dia não é sinal de fraqueza. Só não faça disso algo constante na vida: supere-se e procure sempre ver as coisas boas e os pequenos detalhes que fazem um dia ruim ficar bonito, ainda que bem de leve. Britney disse, no documentário For The Record, gravado posteriormente a seu período mais conturbado: "I'm sad". Ela estava triste, por tudo o que tinha passado e por tudo o que tinha feito para remediar isso. Todos nós vamos ouvir coisas que não gostamos e vamos, eventualmente, jogar tudo para o alto e fazer algumas loucuras que nos levarão a passar por situações chatas e que nos deixem em uma posição inadequada. E nós temos a capacidade de querer recuperar tudo depois, de fazer isso acontecer, e de provar ao mundo a que viemos.

Britney já provou para todos, só não enxerga quem não quer. Mas, principalmente, já provou para si mesma. Mais que uma presença significativa na música, que o símbolo da queda do american dream, que uma vida assistida, que uma pressão maldosa, que um rosto bonito, que um corpo magro demais ou gordo demais. E eu a terei como um grande exemplo a ser seguido. Sei que vou chegar muito longe, talvez não com o reconhecimento merecido, mas com a certeza de que fiz tudo o que tinha para fazer - e o fiz bem. Obrigada, Britney, pela inspiração.


"I'm not better than anyone, but I can be better than myself." - Britney Spears.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Livro + Série: Guerra dos Tronos, por George R.R Martin

Estou com vontade de falar de Guerra dos Tronos por aqui há um bom tempo, mas tenho adiado o post por querer terminar a leitura primeiro. Contudo, tenho tido pouco tempo para me dedicar a ela, e ainda falta pouco menos da metade para que eu possa concluir o livro.

O que não me impede de escrever aqui sem ter terminado de ler, é a tamanha fidelidade do livro para com a série, perceptível desde a primeira página. É incrível! Durante a leitura pude entender porque os fãs de Guerra dos Tronos se intitulam tão sortudos. A história na tela pouco se difere do que está escrito: algumas diferenças de idade e omissão de detalhes pouco importantes que não interferem nos acontecimentos, e isso é tudo.

Apesar de ser uma ávida leitora de fantasia, não me interessei de imediato pela leitura de Guerra dos Tronos. No entanto, assim que um amigo sugeriu que eu assistisse a série, não pensei duas vezes e fui em frente. A primeira temporada da série é baseada no livro de mesmo nome, o primeiro d'As Crônicas de Gelo e Fogo, escritas por George R.R Martin.

Jon Snow, na série interpretado por Kit Harington.
A história se passa no continente Westeros, e trata de todas as manipulações políticas e guerras pelo trono que o governa. O livro não apresenta um único protagonista. Podemos acompanhar o desenrolar da história pela visão de diversos personagens de igual importância para o enredo. Robert Baratheon, o então rei, perde seu auxiliar primordial (que possui o título de Mão do Rei) assassinado, e pede que seu grande amigo, Ned Stark, assuma a posição, obrigando-o a deixar sua vida confortável em Winterfell, no Norte. Essa sequência de acontecimentos desencadeia ira e desorganização entre as grandes famílias do reino: além dos Baratheon e dos Stark, os Lannister, os Targaryen e diversas outras casas são envolvidas no processo. Meu personagem preferido em ambas as versões é Jon Snow, filho bastardo de Ned Stark - um retrato de coragem e superação.

Na série, temos personagens brilhantemente encarnados por atores competentes: a interpretação de Ned Stark feita por Sean Bean é magnífica, Lena Headey está ótima como a perversa rainha Cersei e a novata Emilia Clarke, intérprete de Daenerys Targaryen, é outro destaque.


Ambientada na era medieval, em meio a castelos e cavaleiros, Guerra dos Tronos também possui um leve toque místico emoldurado por mortos-vivos e dragões, compondo mais completamente sua aura fantástica. Apesar de muito comparada a O Senhor dos Anéis, de J.R.R Tolkien, eu particularmente vejo pouquíssimas semelhanças - nem o lado místico segue a mesma linha. No entanto, é também uma grande obra que com certeza já entrou para a lista de melhores épicos.

Série e/ou livro, independente do que escolherem, boa viagem à Westeros e espero que a experiência de vocês seja tão proveitosa quanto a minha! Espero voltar em breve para falar sobre Fúria de Reis e da segunda temporada da série.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Música: Willa Was Here, por Willa Ford

Sim, você provavelmente nunca ouviu falar dela. Mas, dentre as pessoas que a conhecem, ela é chamada de "The Original Ke$ha", por ter proposto, há 10 anos atrás, a introdução do pop a um lado trash, extremamente sexual e ao mesmo tempo glamouroso. Na época, não funcionou bem, e hoje também não sei se funcionaria: as músicas tem agora uma essência noventista inconfundível. No entanto, a cantora Willa Ford é e sempre foi uma das minhas favoritas no mundo pop, mesmo hoje depois de tanto tempo fora do mercado musical e investindo em outras áreas.

Amanda Lee Williford começou sua carreira em 1998, ao gravar para a trilha sonora do filme Pokémon a canção Lullaby sob o nome artístico Mandah. A música chamou a atenção de produtores e logo ela foi contratada por uma gravadora, que decidiu por bem mudar seu nome para Willa Ford e evitar confusões com a já bem sucedida cantora Mandy Moore.

O álbum "Willa Was Here" foi lançado em 17 de julho de 2001, pela Lava Records/Atlantic Records, e estreou em 56º na Billboard, uma posição bem fraca comparada à qualidade do trabalho. Em algum ponto de sua carreira - não sei exatamente qual, porque essa pra mim é uma parte desinteressantíssima - Willa namorou o Backstreet Boy Nick Carter, e vocês podem imaginar o quanto ela foi agourada pelo bando de fãs descontroladas da boyband. Mas isso é só um fato a parte. Willa nunca precisaria se apoiar em alguém tendo tamanho talento. Ela, que inclusive canta ópera, tem uma voz delicada e macia, mas que consegue se impôr nos arranjos de cada música.

Para mim, a falta de reconhecimento do álbum se deu pela forma como Willa se apresentou ao mundo. Era agressiva demais em meio à tantas cantoras pop que eram sexualmente inocentes. Ao contrário das já coroadas princesas do pop - Britney, Christina Aguilera, Jessica Simpson e Mandy Moore - Willa era realmente uma bad girl e destoava do bando. Seu primeiro single, I Wanna Be Bad, não a deixava negar o fato. O vídeo, inclusive, foi parcialmente censurado pela MTV.


O segundo e último single do álbum foi a excelente música Did Ya Understand That?, que não foi bem aproveitada por seu clipe ter um conteúdo considerado um tanto quanto adulto. No enredo, Willa descobre que seu namorado (na época, o ator do clipe era seu namorado na vida real) a está traindo, e acaba na cama com a amante dele como forma de vingança. Na versão do clipe, a música ganha um trecho remixado com um toque roqueiro. A imagem escurece, Willa grita e quebra uma guitarra com o símbolo da Playboy. 


 O álbum poderia ter tido outros singles lançados, como a excelente Ooh Ooh, divulgada por Willa algumas vezes, a minha preferida, Don't You Wish, Somebody Take the Pain Away, com sua letra forte e bem escrita e até mesmo a baladinha Tender


Com o flop, Willa se aquietou rapidamente e começou a trabalhar em novas músicas. O álbum produzido na época foi intitulado Porn Poetry e nunca foi lançado. Ele tinha um conteúdo muito mais explícito, que conhecemos através do single A Toast To Men, com a participação da rapper Lady May, na época lançado de forma avulsa. Hoje conhecemos algumas músicas vazadas ao longo do tempo, como a elogiada SexySexObsessive e Goddamn Erotic.

Depois de ter o segundo álbum engavetado, Willa começou a investir em outras vertentes: atuou em filmes de pouco reconhecimento, fez campanhas como modelo e posou para a Playboy americana. No meio disso tudo, casou-se com o jogador Mike Modano.

Recemente, mandei uma mensagem no Twitter para ela e recebi uma reply que me deixou muito contente. Willa está de volta aos estúdios de gravação, finalmente!


 Agora é esperar pra ver, ou melhor, ouvir. Mas não tenho dúvidas do talento da Willa, e espero que agora, depois de tantos anos, o mundo esteja preparado para ela! Uma voz como a dela merece ser muito tocada por aí, e ela, com toda certeza, merece ser reconhecida como ícone pop.

sábado, 16 de julho de 2011

Filme: Harry Potter e as Relíquias da Morte Parte 2

ATENÇÃO: ESSA POSTAGEM CONTÉM INÚMEROS SPOILERS.


Foi bem difícil começar esse post. Fiquei horas dando voltas com as palavras, tentando escolher as melhores para não ser apedrajada no final. Mas, quer saber? Eu sei de que lado minha lealdade está e se alguém duvidar dela, eu não me importo. Harry Potter e as Relíquias da Morte Parte 2 foi, para mim, uma grande dose de ansiedade e conclusão. Vou tentar explicar a minha opinião da melhor maneira possível, sem induzir concordâncias ou desentendimentos.

Passei a semana numa ansiedade sem fim. Estar presente da pré-estréia, sem ingresso, e participando de várias atividades ligadas à Harry Potter (de responsabilidade do maravilhoso grupo Potter Patos, sempre fazendo tudo com extrema dedicação) me deixou num estado ainda pior. Tive, inclusive, a oportunidade de comprar um ingresso lá, quase na hora da sessão, mas desisti. E um monte de gente me perguntou, sem entender: por que? Ora, a minha intuição é forte demais. Eu sabia que ainda não era hora de eu assistir o que eu supunha que, até então, seria o final.

Ontem, quando eu entrei no cinema, meu coração estava inquieto. Ainda estava super ansiosa, e não conseguia parar de fazer gracinhas e falar bobagem. O filme começou, enfim, e eu pude concluir diversas coisas ao longo de seu desenrolar. 

O filme foi extremamente bem feito e um desfecho adequado para o monte de cortes e atalhos tomados pelos anteriores. A adaptação não poderia mesmo ser diferente, com todo o peso que tinha nas costas de explicar os buracos deixados por seus antecessores. Ele cumpriu seu papel perfeitamente: a produção impecável, atuação competente dos protagonistas, e a perfeita consumação material do que se passou na mente de cada fã.

Porém, achei que o filme me tocaria de uma maneira diferente. Achei que choraria bastante e que me sentiria finalmente orfã dessa série que me acompanhou durante tantos anos da minha vida. O que aconteceu foi algo bem longe disso. O que eu senti foi só a ansiedade se dissipando, uma estranha familiaridade dentro do peito e a pior de todas as sensações: a de que estava assistindo só mais um filme e nada mais. Saí do cinema com a consciência pesada e me sentindo muito mal por não ter compartilhado a mesma emoção que a massiva maioria de fãs. 

Percebi então, que, afinal, o teórico fim pra mim já havia chegado há quatro anos atrás, quando finalmente terminei de ler o último livro da série Harry Potter. Ali sim eu derramei todas as lágrimas possíveis, senti o coração disparar e aprendi a lidar com a perda e com a vivência pautada nas lembranças e no passado.

Harry Potter e as Relíquias da Morte Parte 2, agora permanece ao meu ver como uma celebração. Não um motivo para ficar triste, para chorar, para chamar de fim, e sim para sabermos que o final escrito pelas mãos de J.K Rowling teve uma representação à sua maneira, digna de aplausos, eternizada por grandes atores como Alan Rickman e Ralph Phiennes, e porque não, Daniel Radcliffe, Rupert Grint e Emma Watson. Eu poderia reclamar de várias coisas que me incomodaram no filme e discorrer longamente sobre: a parca aparição do meu querido Hagrid, a perda amena de Lupin, Tonks e Fred, o pseudo-romance entre Neville e Luna, e diversos outros detalhes, mas prefiro não me perder no meio deles e agradecer pelo conjunto da obra, que foi de extrema valia.

Não chorem, fãs de Harry Potter. Não fiquem tristes e não pensem que tudo acabou. A magia está dentro de nossos corações e só sairá de lá se realmente quisermos. Agora podemos nos alimentar dela por completo, de todas as formas que nos são oferecidas. Nós temos o verdadeiro poder de manter essa história viva por tempo indefinido. Devemos usá-lo bem.

Só devemos ficar tristes por aquilo que acabou, que se perdeu, que morreu... e a magia está apenas começando.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Desabafo: Eu levanto a bandeira gay!



Com o final definitivo de Harry Potter se aproximando, aposto que todo mundo estava esperando mais um post falando disso, né? Mas PRECISAVA DESABAFAR! Sendo assim, hoje vim postar no blog para tratar de um assunto sério: o preconceito contra homossexuais.

Há alguns dias, presenciei uma cena de preconceito que me deixou muito chateada. Estava voltando do meu trabalho, quando um garoto gay, de uniforme escolar e mochila, foi abordado por dois grandalhões que, de imediato não se aproximaram, mas o acompanharam durante uma longa caminhada com agressões verbais: "viadinho", "boiola" e "mariquinha" foram os xingamentos mais leves em meio a diversos palavrões e ofensas pesadas. O gay seguiu seu caminho, de cabeça erguida, aparentemente ignorando tudo, mas eu sentia que por dentro ele estava inquieto.

E, por mais que eu tentasse me afastar da cena, não conseguia. Fui acompanhando os três até onde pude. Minha vontade real era de bater MUITO nos dois ignorantes, mas eu sabia que não teria a menor chance. Acompanhei porque, se acontecesse algum ato fisicamente violento, eu pelo menos poderia ligar para a policia. Por fim e enfim, cada um seguiu seu rumo e eu respirei aliviada por não ter acontecido nada pior.

Essa cena me perturbou bastante por um bom tempo. Eu fiquei pensando no que poderia ter feito no momento, em vez de ficar apenas olhando. Fiquei pensando no que o menino sentiu, e no que passou pela mente dos débeis agressores. Gente, isso é coisa que se faça? O mundo está decididamente perdido.

Tenho escutado com frequência todo mundo reclamar do excesso de campanhas e protestos a favor dos homossexuais aparecendo na mídia, e que a própria tenta a todo momento manipular a população para apoiar a causa sem dar moral para outras classes que sofrem com o preoconceito, como negros e imigrantes. Mas poxa, que excesso é esse que não surte efeito nas pessoas? Que manipulação é essa que não vem dando muito certo?

Outro dia a tag #OrgulhoHetero figurou nos TT's por horas. Eu digo e repito: não tenho o menor orgulho de fazer parte de uma porcentagem cuja maioria é preconceituosa e ignorante, responsável por disseminar a raiva por quem tem uma opção sexual não convencional. Sinto muito, mas o argumento "se eles podem ter orgulho gay, também podemos esbanjar nossa heterossexualidade", porque isso não cola comigo. A verdadeira igualdade está no ato de respeito, e não de disputas que rebatem uma causa.

Ninguém é obrigado a gostar de nada, mas um pouquinho de respeito não mata, pelo contrário: prolonga a sua vida e de quebra te oferece mais amizades, oportunidades e experiências.

Que a luta dos gays por dignidade seja reconhecida em breve, e que seja o ponto de partida para que outros grupos discriminados se posicionem com a mesma força e possam superar dificuldades. O mundo  é grande e tem lugar pra todos.

Pronto, falei.